Em 1980, no Seminário D’Écolage, Lacan orienta como deve ser disposto um cartel: um pequeno grupo de estudos regido por uma lógica diferente, a do mais-um, que, via transferência de trabalho, debruça-se sobre um tema que leva a elaboração de um produto pessoal, suportado no desejo pelo saber e sua relação com a causa analítica.
Como diz Lacan: o mais-um, que, pode ser qualquer um, será encarregado de velar pelos efeitos internos no grupo e provocar a elaboração de um produto de cada cartelizante. Ele é o membro do Cartel que deve trabalhar, produzir e se responsabilizar por pontuar e sustentar a inconsistência do Outro.
A ideia lacaniana de Cartel é de que o grupo possa trabalhar no Um a Um, sem que haja algum tipo de hierarquia ou identificação a um líder, detentor do saber. A pretensão do cartel é a subversão dos discursos do mestre ou universitário, desviando da lógica pedagógica ou educativa, fazendo emergir o real da linguagem.
No sentido de evitar um efeito adesivo entre os membros, a duração de um Cartel deve ser, de no mínimo um e, no máximo, dois anos. No caso da saída de algum dos participantes, o Cartel será dissolvido e poderá ser reiniciado a partir de nova declaração. Ao término, os produtos serão apresentados aos pares no Fórum de origem e/ou em outros espaços de formação e transmissão.
Todo membro de Fórum pode participar e, também, propor temas de Carteis, bem como convidar outros membros e não membros a se juntar a seu desejo cartelizante, desde que estes ainda não tenham se iniciado. Nossos carteis são declarados no site da EPFCL Brasil.
O FCL do Grande ABC (em formação) conta, atualmente, com o seguinte cartel:
O ato analítico – leitura do Seminário 15
Cartelizantes: Ana Paula de Toledo Cataldo Freitas, Fernanda de Santi Pantaleão, Reginaldo Branco da Silva, Carlos Dorizete Kugert e Patrícia de Souza Spessi Antonio (mais-um). Declarado em 15/11/2023.